O Grupo Greenvolt alcançou um resultado líquido de 16,6 milhões de euros em 2022, um crescimento de 114% face ao ano anterior, beneficiando do desempenho consistente das centrais de biomassa, em paralelo com os resultados positivos obtidos pela primeira vez na área de Utility-Scale.
O EBITDA, excluindo custos de transação, cresceu 57% para cerca de 96,5 milhões de euros, essencialmente em resultado do negócio de biomassa, mas refletindo já parte da primeira operação de rotação de ativos, com a celebração do acordo de venda de um portfólio de ativos na Polónia. As receitas totais atingiram os 259,7 milhões de euros, um aumento de 84%.
“2022 foi um ano extremamente importante para o desenvolvimento do plano de negócios apresentado ao mercado aquando da entrada em bolsa e com o qual nos comprometemos perante os nossos stakeholders“, refere João Manso Neto.
“O crescimento operacional em 2022, que se traduz num conjunto de resultados financeiros sólido, dá-nos a estabilidade financeira para executar o plano estratégico definido“, acrescenta o CEO do Grupo Greenvolt.
Mais de 1 TWh injetado na rede através da biomassa residual
Em 2022 foi injetado na rede mais de 1 TWh (1.026 GWh), o que corresponde a um aumento de 17% face à energia injetada no período homólogo numa base pró-forma apesar das duas paragens programadas de 18 e 11 dias no seguimento do plano de melhorias operacionais.
As receitas do segmento de Biomassa e Estrutura totalizaram 195,2 milhões de euros em 2022, o que traduz um aumento de 48% face ao ano anterior. O EBITDA excluindo custos de transação ascendeu a 94,6 milhões de euros, um aumento de 47%.
Rotação de ativos com impacto positivo no Utility-Scale
Em 2022 foi realizada a primeira operação de rotação de ativos, com a celebração do acordo de venda de um portfólio de ativos na Polónia, entre eólica e solar, e dos quais a Greenvolt detém 50% (através de uma joint-venture com a alemã KGAL).
Os resultados do exercício de 2022 desta área de negócio refletem parte da margem associada ao primeiro processo de venda de ativos eólicos (50MW), tendo contribuído para o EBITDA em cerca de 13,6 milhões de euros.
Relativamente aos ativos solares, que ascendem a 48 MW, estes ativos estão atualmente totalmente operacionais e a injetar eletricidade, começando em breve a fornecer energia no âmbito dos acordos de PPA de longo prazo celebrados com a T-Mobile Polska, os quais foram valorizados ao abrigo da IFRS 9. A receita desde COD até ao final de 2022 ascendeu a cerca de 1,5 milhões de euros. Sobre o processo de venda, tendo em conta que a esta data algumas das condições precedentes para a conclusão do negócio não se encontram cumpridas, o que pode afectar a conclusão da transação, o resultado associado à construção e venda destes activos não está reconhecido nas contas do exercício de 2022, mantendo-se tais activos reconhecidos pelo seu custo de aquisição.
No total, e considerando ainda o contributo do parque Lions, na Roménia, o EBITDA deste segmento, excluindo custos de transação, ascendeu a 8,2 milhões de euros em 2022, enquanto as receitas relacionadas com vendas de energia de parques em operação e com serviços de gestão de ativos ascenderam a cerca de 28,1 milhões de euros.
Forte crescimento na Geração Distribuída
No estratégico segmento de Geração Distribuída, observou-se um crescimento exponencial na capacidade instalada de projectos, com 39,4 MWp terminados entre Portugal e Espanha, representando um aumento de 71% face a 2021.
As receitas deste segmento ascenderam a cerca de 44,2 milhões de euros em 2022, um aumento de 35,5 milhões face ao ano anterior, tendo o EBITDA sido negativo em cerca de 6,1 milhões, refletindo ainda os custos associados à fase de aceleração e expansão em que o segmento se encontra.
Estima-se que fruto do backlog total de 148,9 MWp, para os quais contribuem 52,5 MWp de contratos assinados durante o ano relativos a PPAs, do contínuo crescimento no número de instalações e da expansão geográfica, o contributo desde segmento para o EBITDA seja positivo em 2023.